
Vóny
O medo jugula a minha esperança
A raiva é uma vacina que me mata
Diz-me, amiga, porque será que chora
Aquela doninha infame à minha porta?
Glória
Chora talvez o arroubo do momento
E no contexto de linhas tão latejantes
Talvez só queira a voz, que vale por tantas
Que alivie da fonte, o pavor arquejante
Vóny
Sou crocodilo na fome de te conhecer
Coqueiro imponente nesse céu longínquo
Por mais que eu queira de ti fugir
Faço das minhas fugas um novo regresso!
Glória
As horas do tempo avisam quem somos
E o mar é impotente, não projeta futuro
O coração sabe a verdade do que vemos
E o tempo segue prevendo encontro seguro
Vóny
Fala-me, amiga, deste repentino sufoco
Que nos enfeita a alma de dúbias sombras
Por mais que cortem a raiz do pensamento
Eu chego até ti, galgando sinuosas pedras!
Glória
Sombras não anulam sentimentos sinceros
O coração outorgado serve de cimento
Une as pedras, que depois serão escudos
Muro de arrimo, que servirá de alento...
Vóny Ferreira & Glória Salles
13 de novembro 2008
15hr:32min
Magníficos os duetos com Gloria Salles. Parabéns extensivos aos poetas que participaram desses duetos, conforme, também, ao blog muito organizado, artístico e simpático. Meu abraço. Manoel Virgílio
ResponderExcluirGlória e Vóny,
ResponderExcluirOuso especular que a doninha que chora à porta o faz por instintiva perspicácia.
Um beijo às duas.