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segunda-feira, 2 de março de 2009
As Rosas
Que rosas fugitivas foram ali:
Requeriam-te os tapetes - e vieste...
- Se me dói hoje o bem que me fizeste,
É justo, porque muito te devi.
Em que seda de os foguinhos me envolveu
Quando entraste, nas tardes que apareceste -
Como fui de percal quando me deste
Tua boca a beijar, que remordi...
Pensei que fosse o meu o teu cansaço -
Que seria entre nós um longo abraço
O tédio que, tão esbelta, te curvava...
E fugiste... Que importa? Se deixares
A lembrança violeta que animaste,
Onde a minha saudade a cor se trava?...
(Mário de Sá-Carneiro)
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