Teu primeiro beijo
Foi marca genuína que outra boca não soube
Foi uma fermentação que transbordou nos lábios
Foi decisiva fonte de inesgotável doce
Foi a primeira vida que habitou meus laços
Ecoou durante primaveras de perfume tono
Que esticou o tempo como se fosse fácil
Retemperar o molho para mantê-lo morno
Que apertar por inteiro aumente esse desejo tátil
Deixou que levassem essa essência pura
Para brindar momentos que não se completaram
Pela ausência dessa certeza tua
Que fulminou a outra com beijos que ficaram
Arrasou um canavial de esperanças nuas
Que não se deram conta do tamanho do estrago
E semearam bocas com mel de plantações futuras
Para deixar ao vento o derradeiro brado.
(Retalhos/Sylvio Brasil)
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