Vejo-te em seda e nácar,e tão de orvalho trêmula,
que penso ver, efêmera,toda a Beleza em lágrimas
por ser bela e ser frágil.
Meus olhos te ofereço:espelho para faceque terás,
no meu verso,quando, depois que passes,
jamais ninguém te esqueça.
Então, de seda e nácar,toda de orvalho trêmula, serás eterna.
E efêmeroo rosto meu, nas lágrimasdo teu orvalho...
E frágil.
Cecília Meireles
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