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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Lentamente...
LENTAMENTE
Lentamente...
Abro as páginas do meu diário
como se despisse a pessoa amada.
Lentamente...
compassadamente...
vulcão quente entre os dedos
percorrem traço a traço
cada linha disfarçada no seu corpo.
Gravando em suas páginas nuas
todos os versos que rimam...
como carícias enfileiradas.
Escrevo com a alma
deitando as palavras lado a lado
como se fizesse amor com as letras misturadas.
Meu sentimento rasteja e flutua
como se minha poesia vazasse pela janela
sangue e suor em devaneio...
represa em explosão.
Olhos fechados...
respiração ofegante...
a poesia delira...escorregando.
Na última frase...
o suspiro de fêmea saciada
como se atingisse o prazer.
Ainda em êxtase
se entrega até seu traço último...
se derrama inteira sobre os escritos.
O amado ausente.
Na sua frente...
rastros marcados no diário silencioso.
Rosy Moreira
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